quarta-feira, 17 de outubro de 2012

UM DIA NA BÓSNIA

Quarta-feira, 26 de setembro de 2012.

 
Quando se abriram as portas do Consulado da Sérvia na pequena Vukovar eu já estava aguardando. Fui o primeiro a ser atendido. Tentei me comunicar em inglês, depois em frances, italiano e a senhora cada vez fazendo uma cara mais feia. Quando falei espanhol e português ela já estava fazendo cara de nojo. Entendi que só falava sérvio e russo. Mas chamou um senhor de gravata que foi cordial. Em inglês me informou que eu só poderia entrar na Sérvia se tivesse um convite formal. Como eu não tinha falei com desdém de que iria para a Bósnia, sugerindo que eles estavam fechando as portas para esta grande indústria sem chaminés que é o turismo. Embarquei no carro, no supermercado gastei minhas últimas kunas (moeda croata), abastecei e fui para a Bósnia. De imediato um grande impacto. Nada das autoestradas e da organização da Eslovênia e da Croácia. Estradas pequenas, edificações pobres e uma prática para a qual tinha sido advertido: muita polícia rodoviária na estrada, sempre multando pelos mais variados motivos. Aquele ambiente hostil não me deixou muito à vontade. Na estrada vi um pequeno cemitério com uma sugestiva homenagem num dos túmulos - sinais dos longos tempos sangrentos - uma escultura de um jovem soldado com sua metralhadora. Nas proximidades de Saravejo ingressei numa bela autoestrada, mas ao entrar na cidade surgiu o primeiro garoto querendo "lavar o vidro do carro". Ao centro da cidade somos conduzidos por uma nova e larga avenida com belos edifícios de vidros espelhados. O centro de Sarajevo - no qual eu tinha muita curiosidade em conhecer o local onde fora deflagrada a primeira guerra mundial - estava congestionado e sem local adequado para estacionar. Lá fui parado pela polícia pela primeira vez na viagem. Resolvi seguir viagem para Montenegro. Parei num McDonald´s e não aceitaram euros. Tive que pagar no cartão de crédito. Pelo GPS vi que a distância não seria longa, mas ao iniciar a viagem entre a Bósnia e Montenegro constatei que a estrada seria problemática e voltei para as proximidades de Sarajevo. Foi a melhor resolução tomada na viagem.

Um comentário:

André Matzembacher disse...

Carlos...gostei muito do teu blog..ainda não tinha tido a oportunidade de acessá-lo!!Parabéns,sucesso!!
Grande abraço!!!