terça-feira, 30 de outubro de 2012

ROBERT PLANT E O GUARDA-CHUVA

 
 
Segunda-feira, 29 de outubro de 2012
 

Sou um apaixonado tardio pelo grupo Led Zeppelin. Quando eles começaram a fazer sucesso no início dos anos 70 eu ainda estava muito ligado na Bossa Nova. Em termos de música internacional eu despertava para o rock progressivo e tomava conhecimento de grupos como Yes, Pink Floyd e Genesis. Achava, naquela época, o som do Led muito pesado. Só a partir dos anos 90 é que os álbuns do grupo passaram a fazer parte do meu acervo. A vinda de seu vocalista, Robert Plant a Porto Alegre, motivou minha expectativa em reviver os clássicos do Led Zeppelin.
Por morar não muito longe do complexo do Sport Club Internacional normalmente vou a pé para espetáculos no Beira-Rio e no Gigantinho. E por estarmos no horário de verão imaginei sair de casa pelas 19 horas e caminhar por cerca de 45 minutos até o local da apresentção de Plant, marcada para as 21 e 30 horas. Mas uma forte chuva se abateu sobre Porto Alegre exatamente na hora programada para a saída. Fui obrigado a chamar um taxi, escolher roupas adequadas e munido de um guarda-chuva tomar o rumo do Gigantinho. Ao chegar o momento de ingressar no ginásio meu guarda-chuva foi impedido de me acompanhar. Ao indagar onde deixar meu necessário equipamento para enfrentar a chuva fui informado de que não havia local para este fim. Simplesmente os guarda-chuvas e sombrinhas eram abandonados na porta do estádio. Ainda perguntei se alguem tomaria conta dos nossos pertences e a resposta foi de que ninguem cuidaria e provavelmente não haveria ninguem ali no final do show.  Dei por perdido meu elegante guarda-chuva da cor verde-musgo que trouxe de Paris e que me acompanha por longos 5 anos - tempo demais para que eu não perca este singelo protetor das águas.
Consegui um lugar razoável para apreciar o show que - confesso - não me empolgou porque os tais clássicos do Led Zeppelin foram substituídos por performances mais atuais do vocalista. Ao final, não esperei pelo bis com receio de ter dificuldades em encontrar um taxi, já que dez mil pessoas estavam no local. Na saída fui - sem muita convicção - em busca do meu verde companheiro. Um segurança que estava nas proximidades disse que eu poderia escolher o guarda-chuva que desejasse. Mas uma cuidadosa busca me fez visualizar meu parceiro parisiense. Claro, fui um dos primeiros a sair e não sei se todos teriam a minha sorte. A multidão permanecia no interiro do ginásio extasiada com o bis e, quem sabe, com os meus esperados hits do Led Zeppelin. Não me importei. Sem chuva e com o guarda-chuva debaixo do braço caminhei até minha casa, pensando que nem tudo está perdido. Reencontrar meu guarda-chuva me deu esperanças na humanidade.
 

THE PLATTERS EM PORTO ALEGRE


Porto Alegre, 20 de outubro de 2012


Tomei conhecimento do conjunto The Platters como a maioria dos adolescentes de minha época. Surgiu um documentário chamado "Europa de Noite" em que os grandes shows e espetáculos da noite européia eram mostrados. Os jovens da minha época foram atraídos por algo até então desconhecido para nós: os streap-teases. O filme produzido na Itália em 1959 chegou ao Brasil e consequentemente a Porto Alegre um ou dois anos depois. Ao lado das mulheres que se despiam e que provocava a corrida dos curiosos aos cinemas havia também excelentes shows com músicos também pouco conhecidos por aqui. como Henri Salvador cantando "Dans mon Ile" e The Platters interpretando "You´ll never know" e "My Dream". Infelizmente eu só fiz 18 anos em 1963 e minha pequena estatura nem sequer permitia enganar os porteiros dos cinemas e acabei não vendo o tão desejado filme. Mas o som inconfundível do grupo com a voz grave de um dos seus integrantes passou a fazer parte da trilha sonora de minha passada adolescência. Muito dancei e sonhei ao som dos The Platters. Ao longo do tempo alguns dos interprétes do grupo forma sendo substituídos e hoje o mais antigo é BJ Mitchell que está na formação desde 1969 (foto). Muito simpático ele comanda as ações do grupo e conquista o público com algumas cenas de humor. Sai encantado do Teatro da AMRIGS, onde se apresentaram e lamentei que o público não fosse maior, pois a qualidade do show merecia uma maior audiência. Mas esta não foi a primeira vez que assisti aos The Platters. Em 1995 eles já estiveram em Porto Alegre e se apresentaram no L´Atmosphere. Curiosamente um dos integrantes estava um pouco febril e a direção da casa solicitou minha ajuda no sentido de prestar atendimento ao cantor. Felizmente participei da melhora do artista e o show pode ser apresentado. É uma das lembranças que guardo comigo: ter prestado assistência médica a um dos integrantes do famoso grupo norte-americano The Platters,

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DE VOLTA AO BRASIL

Quarta-feira, 10 de outubro de 2012

 
Tenho alguns hábitos nas minhas viagens. Geralmente tiro as passagens gratuitamente pelo sistema de milhagem; fico em albergues ou hostéis que são acomodações mais acessíveis e com um razoável conforto; a alimentação é de subsistência e sempre visito algum supermercado para ter bebidas e alimentos por bons preços comigo, mas não abro mão do carro. Embora as somas de aluguel, combustível, pedágios e estacionamento possam aumentar os custos da viagem, o aluguel do carro para mim significa a liberdade. Posso escolher a hora de sair, o caminho a tomar, parar para um café ou lanche ou até mudar os planos conforme a vontade. Agora com o GPS viajar por caminhos desconhecidos se tornou um passeio. O carro também funciona como meu hotel móvel. Confesso que carregar malas depois de duas cirurgias de hérnia de disco tornou-se um castigo. Assim que aluguei o BMW 118i em Frankfurt coloquei a bagagem no porta-malas e não mais tirei. Claro que levo uma sacolinha com meu estôjo de toilette que contem sabonete, desodorante, um perfume leve, pijama, meus imprescindíveis medicamentos, cueca e meias que são trocados diariamente, iPad e o essencial. A sacolinha desce comigo ao chegar no hotel. Na manhã da quarta-feira, 10 de outubro reorganizei minha mala mesmo sem tirá-la do porta-malas. Selecionei o que levar e o que deixar. Tomei meu café no Fórmula 1 fui dar a última volta por Paris. Depois pedi a Dona Maria para me conduzir ao Charles de Gaulle e lá cheguei com folga para retornar o carro à locadora, localizar o ponto de embarque e aguardar pensativo, fazendo o balanço do tour que estava terminando. Tivera uma agenda alemã com visita aos "parentes" e novas descobertas sobre a família, sem falar no passeio pelo Reno e a Oktoberfest. As duas semanas pela antiga Iugoslávia foram sensacionais. Conhecer o litoral da Croácia foi - sem dúvida alguma - o ponto alto da viagem. Selecionei esta foto de Dubrovnik vista da auto-estrada com barcos no Adriático que sintetiza meus prazerosos dias na Dalmácia. E finalmente o final feliz na sempre necessária Paris. Posso voltar. Confesso que acrescentei lembranças fascinantes na minha memória. Mas eu retorno. Viajar é necessário. Não importa o destino. O que vale é o caminho.

FLANAR POR PARIS

Terça-feira, 9 de outubro de 2012

 
Teoricamente o último dia de viagem. Não chovia, mas espessas nuvens escondiam o sol que eu desejava. Sem nenhum compromisso podia me dedicar a uma das coisas que mais gosto durante as viagens. Me deixar levar pelo o intuíto. Fiz meu "petit dejeneur" no Hotel Fórmula 1 e segui em direção ao Bois de Bologne. Lá é possível estacionar sem pagamento. Depois de uma busca, achei um lugar perto do Hotel Concorde-Lafayette, onde se situa o Palácio de Convenções de Paris. Pela Avenue de la Grand Armée tomei a direção do Arco do Triunfo. Ai surgiu a primeira surpresa: uma exposição sobre os Beatles. Lindas e algumas inéditas fotos. Estavam à venda por 200 e 300 euros. Com minha Sony copiei razoavelmente as imagens. Ingressei no Champs Élysées e fui ora caminhando, ora sentando nos bancos que se dispõem na movimentada avenida. Entrei na Fnac e comprei algumas coleções de CDs de soul music dos anos 80 e 90. Discos antigos que me remetem à tempos felizes. De lá embarquei no metrô para o Quartier Latin. Visitei algumas lojas da Gilbert Jeune em busca de raridades, mas não adquiri nada. No meio da tarde nova viagem de metrô até as imediações onde estava estacionado meu carro. O entardecer e o acender das luzes de Paris foram contemplados de Montmarte, onde tirei a foto que ilustra este dia de viagem. Tomei a direção de meu hotel e mais uma vez fui jantar no Buffallo Grill. A viagem estava chegando ao fim e a sensação do última dia em Paris me deixava muito feliz. Já podia fazer as malas e voltar ao Brasil.
 
 

SALÃO DO AUTOMÓVEL DE PARIS


Segunda-feira, 8 de outubro de 2012


 
Eu teria dois dias completos  em Paris, segunda e terça, pois na quarta já seria dia de embarque para o Brasil e apenas um compromisso definido: o Salão do Automóvel de Paris, uma festa que acontece nos anos pares e que eu nunca tinha visitado. No passado o Salão de Paris era anual assim como o Salão de Frankfurt que acontecia quase na mesma época. Um entendimento entre os promotores dos dois eventos fez com que Paris ficasse com os anos pares e Frankfurt com os anos ímpares. Eu já tinha visitado o salão alemão por 4 vezes, mas nunca tinha ido ao de Paris, até porque nos anos pares também acontece o salão de São Paulo, no Brasil. A segunda-feira amanheceu chuvosa e fez com que a decisão de quando visitar o salão fosse tomado automaticamente. O viajante nunca quer perder um dia de viagem e até criei uma "máxima" que diz: "choveu, vou no museu" e reservo os dias chuvosos para este tipo de passeio. Conduzi meu carro até as proximidades do Castelo de Vincennes, onde se tem estacionamento gratuito e estudei os caminhos até a Porte de Versailles, local do salão. E lá passei o dia. Embora o termo crise não seja usado com frequência na Europa, indiscutivelmente o Salão de 2012 é uma mostra de um período de resseção. Muitos carros compactos - curiosamente com vários usando pinturas de duas cores - o que numa época chamavámos de "saia e blusa" e mesmo os com cores únicas usando tonalidades fortes e vivas, muito distante do que se vê no Brasil, onde predominam os carros pretos, cinzas, prateados e brancos. E depois de um longo período de indefinição o carro híbrido terá uma combinação de um pequeno tanque de gasolina e uso de enegia elétrica. Isto está bem definido, pois não poderia cada montadora seguir um caminho individual. Até carros esportivos estavam na mostra com esta combinação de propulsão. Ao fim do dia resolvi jantar ao lado do meu Fórmula 1, numa rede de grelhados chamada de Buffalo Grill. Queria comer comida de verdade. Uma "bière" completou este dia gostoso na capital francesa.

PARIS, SEMPRE PARIS


Domingo, 7 de outubro de 2012

 
Normalmente viajo até Paris pelas estradas nacionais. Em primeiro lugar porque são boas estradas e porque também permitem uma maior proximidade com pequenas cidades e um contato com o povo frances. Já as autoestradas são sempre iguais e com preços bastante significativos na França. Mas desta vez ao sair de Metz escolhi a autoestrada, até porque é sempre o caminho escolhido pela Dona Maria (meu GPS que fala o português de Portugal). Foram 2,10 euros nos arredores de Metz e mais 31,90 euros até Paris. Um total de 34 euros, que convertidos em reais equivale a 95,20, ou seja, quase 100 reais, quando pode-se deslocar gratuitamente - e com muito mais prazer - pelas ótimas rotas nacionais. Mas era um sinal de que eu estava querendo abreviar a viagem. Já tinha passado dos 5 mil quilometros naquelas 3 semanas de viagem e o desejo de chegar estava se impondo. Tinha marcado encontro com uma distante prima que mora nos arredores de Paris e, com auxilio de Dona Maria, estacionei o carro diante da casa que deveria ser desta prima. Fui recebido de forma grosseira por um senhor que não imagino quem seja. Esta mania do francês de ser descortez com os turistas é um tanto contraditória, pois o turismo é uma das grandes fontes de divisa do país. Com meu guia dos hotéis F1 localizei um não muito distante por 37 euros e me instalei. Imediatamente tomei o rumo de Paris. Queria aproveitar as últimas horas daquele domingo ensolarado que deveria ter muito movimento nas ruas com os artistas a mostrar sua arte popular. Para jantar escolhi um conhecido restaurante turístico no Quartier Latin que frequento habitualmente e fui reconhecido pelo proprietário e pelo magro e efeminado garçon. Pedi o "plat de jour e um pichet du vin rouge" (foto). Eu me sentia definitivamente em Paris.

CHEGANDO NA FRANÇA

 
 
 
Sábado, 6 de outubro de 2012 
 

Pela manhã sai de Salzburgo, na Áustria, e logo depois entrei na Alemanha, rumando em direção à Munique. Por pouco não dei uma passadinha no parque da Oktoberfest que ainda estava acontecendo. Mas o espírito da volta já se apoderava de mim. Chegando em Paris a viagem chegava ao final. Então segui pela Alemanha e entrei na França nas proximidades de Metz. Meu guia do rede de hotéis Fórmula 1 me indicava 3 hotéis em Metz. Lembrei-me que em 2006 eu tivera dificuldades de chegar ao hotel, pois ele ficava no lado oposto de uma auto-estrada. Mas naquela ocasião eu só tinha uma referência de hotel F1 em Metz. Com a ajuda de Dona Maria (meu GPS) encontrei o primeiro F1 que ficava na direção de Nancy. Mas lá não tinha quarto disponível e fui bater no hotel de 2006. Porém desta vez Dona Maria simplificou e cheguei com facilidade ao hotel. Instalado, fui relaxar, sabendo que no dia seguinte já estaria em Paris. À noite enfrentei uma discreta chuva e fui em busca de meu jantar. Achei um pequeno restaurante de nome L´Assiete au Boeuf e fiquei tentado, pois este fora o nome de um famoso restaurante parisiense localizado no Champs Elysées. Acabei entrando numa lancheria com pratos combinados como na rede McDonald´s. E desisti do restaurante de nome famoso. As pessoas que circulavam naquela região também eram de aspecto pouco confiável. Dei uma pequena volta pelo centro de Metz e constatei que não conhecera a cidade em 2006, pois ela tinha um centro histórico muito simpático. Resolvi que no dia seguinte, antes de rumar para Paris, iria conhecer um pouco do centro de Metz. Até porque seria domingo e o movimento de carros deveria ser restrito. E fui dormir no primeiro hotel Fórmula 1 da rede Accor nesta viagem.

domingo, 21 de outubro de 2012

MEU AMOR POR LJUBLJANA

Sexta-feira, 5 de outubro de 2012

 
 
Conheci Ljubljana acidentalmente em 2005. Junto com meu amigo Zuio tínhamos montado um roteiro que tinha como evento maior o Salão do Automóvel de Frankfurt. Iniciamos pelo Rallye da Alemanha na Floresta Negra. De lá seguimos para Praga, cidade pela qual sou apaixonado desde minha primeira visita ainda nos anos 90. Da República Tcheca fomos para Bratislawa, na República Eslovaca. Como iríamos ver o GP de Fórmula 1 em Monza montamos um trajeto que passava pelo belo Lago Balaton na Hungria e entramos na Croácia, passando por sua capital Zagreb, indo para a Itália atravessando a Eslovênia. Neste caminho chegamos à capital da Eslovênia, justamente esta cidade de nome difícil de se pronunciar até se saber que os "jotas" tem som de "i". Nunca sequer tinha ouvido falar em Ljubljana, mas me apaixonei à primeira vista. Uma cidade não muito grande e que tem sua área central cortada por um pequeno rio com margens cheias de cafés e turistas circulando. Nossa estada em 2005 foi pequena, mas fiquei com a certeza de que um dia teria que voltar àquela cidade, sentar num dos cafés e ficar olhando as faces dos passantes, todas iguais, todas diferentes. Depois de um belo café da manhã em Portoroz tomei a estrada - que não fica devendo nada às auto-estradas austríacas e alemãs. Cheguei em Ljubljana pelas 10 horas e fui tomar o prometido  café. Minha idéia era voltar à estrada, mas me deixei ficar pelas ruelas às margens do rio que corta o centro da cidade e acabei encontrando uma oferta de almoço tentadora. Acabei seduzido pela proposta e fiquei para o almoço. À tarde segui em direção à Áustria, mas fui surpreendido por uma obra que interrompia um dos imensos túneis da região. Ao entardecer cheguei a Salzburgo. Até então fora lá que eu me hospedara no mais caro hotel da viagem: 49 euros mais 5 pelo estacionamento. Mas ao deixar a estrada e me encaminhar para o centro de Salzburgo acabei encontrei um Albergue da Juventude por apenas 21 euros. E foi lá que dormi.

DA CROÁCIA PARA ESLOVÊNIA

Quinta-feira, 4 de outubro de 2012.

 
Pela manhã dei um giro final por Zadar para me despedir da cidade antiga. Na verdade eu começava a deixar a antiga Iugoslávia e tomava o rumo de Paris, de onde eu voltaria para o Brasil. No desenho que eu tinha feito do percurso da viagem tinha uma passagem por Portoroz e Ljubljana, duas cidades da Eslovênia que eu conhecera em 2005 e tinham me deixado muito impressionado. Também queria conhecer a Istria, uma das regiões da Croácia que fica justamente próximo a Eslovênia. Fiz algumas simulações com Dona Maria ( meu GPS) e tomei o rumo de Rijeka, ainda na Croácia. De lá segui para Pula, cidade croata que tem um belíssimo coliseu (foto). Além do de Roma eu ja conhecera o de El Djem, na Tunísia, mas sempre impressiona ver estes anfiteatros romanos usados para a luta entre gladiadores e leões. Terminada a visita à Pula fui em direção à Eslovênia. Com isto ficaria definitivamente na União Européia e com sua moeda, o euro. Atravessei a fronteira já ao final da tarde e logo chegava a Portoroz. A cidade mudou muito de 2005 para cá, tornando-se uma belíssima cidade turística com muitos hotéis e dois grandes cassinos. Em busca de um hotel acabei encontrando um escritório de turismo que me indicou um agradável hotel três estrelas por 41 euros. E foi lé que me hospedei. A moça do hotel, chamada Francesca - ou Franca - me sugeriu uma visita ao bingo do cassino que tinha um prêmio de 10 mil euros acumulado. E cada cartela custava apenas 5 euros. Saí para jantar, mas abri mão do cassino. Como o litoral da Eslovênia é quase uma continuação do litoral da Itália muitos lugares tem, além do seu nome em esloveno, um nome em italiano. E descobri que com Franca também acontecia a mesma coisa: ela também usava o nome de Francesca, um nome italiano.

O ARQUIPÉLAGO DE ZADAR

Quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Depois de um dia encantador no Parque Nacional de Krka acabei chegando a Zadar pelas 16 horas e comecei a tarefa habitual que acontecia cada vez que eu mudava de cidade: a busca por um hotel, albergue, hostel ou quarto, de preferência não muito caro. Na entrada da cidade vi algumas indicações e segui as placas. Mas acabei chegando na cidade antiga, situada numa península e com pouco trânsito de carros. Ao chegar no porto parei o carro e fui me informar sobre os passeios de barco - este era meu objetivo. Daí fui abordado por um senhor que me mostrou as fotos da Pansion Maria, que dizia ser de seu filho e que ficava bem perto e tinha café da manhã e estacionamento por 45 euros. Não aceitei na hora e fui em busca de algo mais interessante. Como não encontrasse retornei a aceitei a proposta do senhor. Ele embarcou no meu carro e fomos até o local indicado. No caminho passei por muitos "quartos" e pequenos hotéis que eu não descobrira. Agora era tarde. Fechei por uma noite e depois voltei ao porto para contratar o passeio do dia seguinte. Preocupado em estar no porto às 8 horas, quando sairia o barco, tive uma noite intranquila, acordando por diversas vezes. De manhã estava a postos para o passeio. O barco zarpou com umas 30 pessoas, mas ainda recebeu mais turistas em duas outras paradas. O passeio é lindo, percorrendo muitas das 300 ilhas do arquipélago de Zadar e, inclusive, passando por um estreito de menos de 10 metros entre duas ilhas. Ao meio dia chegamos a uma ilha onde se situa o Parque Nacional de Kornati, onde desembarcamos e permanecemos por duas horas, quase todos relaxando nas praias de um encantador lago salgado. No retorno foi servido o almoço e depois fomos em direção e outra ilha com poucos habitantes, muita calma e muita tranquilidade. O retorno se deu no fim da tarde. Quase cem turistas desembarcaram nas duas outras paradas e somente eu e mais duas ou três pessoas deixamos o barco no ponto final. Eram 18 horas. Ainda tive que retornar a pé até a Pansion Maria. Lá chegando comuniquei que permaneceria  mais uma noite. Cansado, não teria condições de seguir viagem, principalmente diante do adiantado da hora. A Croácia continuava me surpreendendo. Não só pelas belezas naturais, mas pela organização do turismo e o aproveitamento de suas riquezas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 20 de outubro de 2012

O PARQUE NACIONAL DE KRKA

Terça-feira, 2 de outubro de 2012
 
Tive alguma dificuldade de achar um lugar para ficar em Sibenik, mas acabei encontrando um "sobe" (quarto) por 20 euros a beira do mar. A dona não falava nenhum de meus idiomas e eu não falava sérvio. Conseguimos nos entender em italiano, embora - imaginem - eu falasse bem melhor do que ela. Pediu me passaporte e foi fazer meu registro. Voltou exultante me chamando de "Generali". Não sei de onde ela tirou este nome, pois no passaporte não tem nada nem parecido com isto. E repetia, "Generali" como se estivesse diante de uma grande autoridade. Sai para jantar à noite e acabei optando pelo recurso de um McDonald´s que só me rendo em casos de emergência. Mas lá tinha wi-fi, que no meu "sobe" não tinha e ainda ganhei uma réplica dos copos da Coca-cola de 1916 numa promoção do tradicional fast-food. Dormi um belo sono e ao amanhecer fui beber da paisagem do Adriático visto do meu quarto. Fiz meu desjejum na sacada. Ao me despedir da senhora ela me mostrou uma revista com fotos lindas de cachoeiras e trilhas. Reconheci o Parque Nacional de Krka, uma das indicações do meu guia de viagem, mas que não sabia ser perto de Sibenik. O esposo da dona da casa me disse que era uns dez minutos dali e me mostrou a direção. Vamos, pensei eu. Tudo é novidade. Tomei o caminho e ao chegar numa bifurcação decidi pela estrada comum ao invés da indicação da auto-estrada. "Dona Maria" não sabia onde era o Parque, até porque não era uma cidade. Graças a outros mapas, depois de uma hora cheguei a Krka. Não se pode entrar de carro. Compra-se um ingresso e aguarda-se o barco - que sai de hora em hora e sobe o rio em direção às cachoeiras, corregos e corredeiras.
 
 
O passeio de barco já vale a entrada de 80 kunas que paguei (pouco mais de 10 euros). Parace daqueles parques americanos com uma diferença - lá tudo e natural. Depois de 20 minutos de viagem desembarca-se num ancoradouro de onde se parte para uma trilha de 2 km pelo meio da mata, entre espécies nativas de árvores, pássaros, peixes, anfíbios, répteis e até alguns mamíferos. Fiquei muito grato a senhora que chamava de Generali pela sugestão. E comecei a me dar conta que, além do mais belo litoral que conheci até hoje, a Croácia está muito bem organizada para o  turismo com opções como este deslumbrante Parque Nacional. Fiz meu almoço - baquete com refrigerante - depois da volta do barco e pelas 15 horas sai em direção a Zadar. Eu já sabia que umas 300 ilhas de um total de 1185 que ornamentam o litoral da Croácia ficavam no arqueipélago de Zadar e a cidade antiga, construida numa península seriam belas atrações turísticas. Comecei a viver a expectativa pelo novo destino.

DEPOIS DE DUBROVNIK

Segunda-feira, 1º de outubro de 2012

 
 
Sai de meu apartamento localizado uns 10km ao norte de Dubrovnik, passei pela cidade medieval sem cruzar por ela, mas admirando seus contornos do alto da auto-estrada. Fiz algumas fotos e vi o outro lado de Dubrovnik, pois o destino turístico se concentra na cidade antiga. A paisagem é extasiante (foto).
 
 Meu rumo era Split, cidade localizada na região central da Dalmácia e que tem seu ponto alto no grande palácio do Imperador Diocleciano. Troquei a auto-estrada pela que fica às margens do Adriático. Em determinado momento uma surpresa: um pequeno trecho do caminho deixa de ser Croácia e se torna Bósnia. E tem todo aquele procedimento de fronteira. Uma certa demora, documentos do carro, carimbos no passaporte e uns 40 km depois, novamente a divisa da Bósnia com a Croácia e todo aquela burocracia novamente. O pequeno litoral Bósnio é extamente igual ao da Croacia, até porque geograficamente, trata-se do mesmo. Chegando a Split comecei a procurar um lugar para ficar. Minha idéia era algo perto do mar como tinham sido ´meus últimos quatro dias (dois em Bar e dois em Dubrovnik). Mas Split é um grande porto. De lá a Croácia exporta e recebe seus produtos e também de lá saem os ferry-boats que ligam a Dalmácia aos portos de Pescara e Ancona na Itália. Achei um  escritório de turismo, mas que estava desativado. Encontrei outro, mas o funcionário tinha dado "uma saidinha". Aguardei mais de meia hora e uma fina chuva começou a cair. Quando o rapaz da agência voltou, uma decepção: não havia hostel, albergue ou quartos. Apenas hotéis que tinham preços um pouco elevados para quem viaja sozinho e não tem como dividir este custo. Daí ele me orientou que o ideal seria Sibenik ou Zadar. Simulei os trajetos junto com "Dona Maria" (era como eu chamava meu GPS, pois ele era narrado por uma voz feminina com portugês de Portugal) e me decidi por Sibenik. Dentro da minha organização da viagem não queria chegar em nenhum lugar depois de anoitecer e tomei a auto-estrada para encurtar o tempo. E lá fui eu, mais uma vez, rumo ao desconhecido....

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O ENCANTO DE DUBROVNIK

Domingo, 30 de setembro de 2012

Sempre que algum expert se refere a Veneza a descreve como "cidade única". É verdade. Nenhuma cidade pode ser comparada à bela cidade italiana, com seus canais e suas 118 ilhas. Mas Dubrovnik, que também fica às margens do Adriático, mas "do outro lado" e que durante algum tempo pertenceu à Veneza, tem um certo ar veneziano. Claro, falta o principal: os canais, os gondoleiros e os belos palácios às margens do Gran Canal. Mas os prédios tem uma arquitetura semelhante. Dubrovnik tem no seu centro antigo o grande charme. Totalmente murada a cidade é preservada apenas para os pedestres. Não circulam veículos por Dubrovnik que tem uma grande rua denominada de Stradum e inúmeras ruelas que confluem para esta movimentada via. Inúmeros cafés, lojas de souvenires e algumas até mesmo de grife se extendem pela Stradum onde se concentra o grande movimento desta cidade medieval.. A cidade foi abalada por um terremoto em 1667 e durante 7 meses, em, 1991 foi atacada pelas forças da Sérvia , tendo ficado sitiada. Sua reconstrução aconteceu com a ajuda da UNESCO e em 2005 estava com seus prédios quase totalmente recuperados. Tomar um café e ficar observando os passantes é programa obrigatório em Dubrovnik. No centro da cidade, na Igreja de São Nicholas, celebram-se casamento festivos que se extendem para as ruas e que acabam sendo uma grande atração turística. Nos meus dois dias de Dubrovnik assisti a três casamentos, com músicos tocando nas ruas e a noiva e os convidados chegando em cortejo na igraja guiados por convidados que portavam bandeiras. Algo, pra mim, totalmente inédito e emocionante. Num dos casamentos depois da chuva de arroz na saída da igreja a noiva conduziu os convidados para um galeão ancorado no porto que zarpou levando o ambiente festivo para as águas do Adriático. Dubrovnik, sem dúvida, foi o ponto alto da viagem e acabou contemplando minhas expectativas integralmente.(Na foto o portão de entrada para Dubrovnik).
 
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A BELEZA DO MAR ADRIÁTICO

Sábado, 29 de setembro de 2012.

 
A opção de diminuir os lugares visitados em favor de permanecer dois dias em cada cidade do litoral adriático foi minha decisão. Refiz o roteiro da viagem e isto me deixou feliz e alegre, pois estava conhecendo lugares maravilhosos. O trajeto entre Bar, em Montenegro e Dubrovnik, na Croácia é encantador. Fiz todo pelo litoral abrindo mão da auto-estrada e curtindo panoramas que se descortinavam a minha esquerda enquanto meu carro deslizava rumo ao norte. Este litoral é todo entrecortado e as pequenas baías são ornamentadas por pequenas ilhas e onde desde pequenos barcos até iates e os transatlânticos de cruzeiro navegam em águas calmas. Chegando a Dubronik parei num mirante de onde se tinha uma bela vista da cidade. Nesta ocasião fui aboradado por um cavalheiro que me ofereceu um "sobe". Mostrou-me as fotos e pediu 30 euros por dia e mais 5 pelo breakfest. Fomos olhar o apartamento e disse-lhe que tinha outra indicação e queria comparar as duas. Ele então reduziu o valor para 25 euros por dia e eu fechei por 2 dias. Era numa pequena cidade licalizada a 10 km de Dubrovnik, onde tinha uma pequena praia e restaurantes à beira-mar. Eu iria veranear por lá....

UM DIA PARA DESCANSAR

Sexta-feira, 28 de setembro de 2012.

Não tive muitas dificuldades em encontrar um lugar para ficar em Bar. Trata-se de uma cidade litorânea onde grande parte das casas tem uma placa em frente escrito SOBE. Ou em outros idiomas como ZIMMER, ROOMS, etc. Este sistema de "zimmer" (quarto) é muito comum na Alemanha. São casas de família que reforçam o orçamento alugando quartos para temporada. Como em setembro a temporada de verão já terminou a oferta é muito grande. Acabei conseguindo um "sobe" por 20 Euros e contratei o quarto por dois dias. Como fora vetada minha entrada na Sérvia, acabei abortando a continuação da viagem para aquela região que incluia Sofia (Bulgária) e Tessalônica (Grécia). Achei mais interessante passar a ficar dois dias em cada lugar e assim ter menos estrada na viagem. A volta ao euro foi muito boa, mas em Bar pouquíssimas pessoas falam além do sérvio e do russo. Em uma ocasião tive que trocar informações em alemão - que é paupérrimo - e em outra contei com um intérprete em italiano numa pizaria no centro de Bar. Meus pedidos se resumian a "pasta", "pizza", "lasanha" e "pivo" - que é cerveja em vários idiomas do leste europeu.
 
 
Neste dia fui a praia pela primeira vez e o prazer de ficar um dia descansando depois de dez dias de viagem começou a me por em dúvida se prolongaria a viagem para o sul incluindo Macedonia, Kosovo e Albânia ou tomaria o rumo norte, em direção a Croácia e seu tentador litoral adriático.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

UMA ESTRADA SURPREENDENTE

 
Quinta-feira, 27 de setembro de 2012
 

Já era o final do dia anterior quando deixava Sarajevo em direção a Podgórica, na República de Montenegro. Por sorte abortei a viagem e retornei aos arredores da capital da Bósnia onde dormi numa Pansion (pensão). No dia seguinte, quinta, 27 de setembro tomei a estrada. É surpreendente. Entre montanhas ela percorre um canyon em que à esquerda tem o paredão das montanhas e à direita, lá embaixo percorre uma corredeira onde se pratica o rafting. Em boa parte da estrada - totalmente cheia de curvas - não tem guard-rail, fazendo com que os carros percorram um perigosíssimo desfiladeiro. O precipício é uma constante temeridade, fazendo com que a estrada seja ao mesmo tempo excitante e desafiadora. Não existe nenhuma casa e nem viva alma. Fiquei imaginando se tivesse viajado no dia anterior com a noite caindo e sem um lugar para estacionar. Tinha tomado algumas decisões nesta viagem: nunca deixar o tanque de gasolina ficar muito baixo; procurar hotel até as 17h e obedecer rigorosamente os limites de velocidade. Meu carro tinha um limitador de velocidade e se na placa estava escrito velocidade máxima 40 km eu ajustava o limite nesta velocidade. Bem, depois desta estrada cheguei a bela Podgórica, cidade, embora pequena, moderna e com avenidas largas e belos prédios. Embora tivesse levado uma relação de hotéis decidi prosseguir até Bar, um cidade litoranea localizada à beira do Adriático. A República de Montenegro toda não tem 1 milhão de habitantes e desde 2004 está na União Européia. Eu estava voltando ao Euro.

UM DIA NA BÓSNIA

Quarta-feira, 26 de setembro de 2012.

 
Quando se abriram as portas do Consulado da Sérvia na pequena Vukovar eu já estava aguardando. Fui o primeiro a ser atendido. Tentei me comunicar em inglês, depois em frances, italiano e a senhora cada vez fazendo uma cara mais feia. Quando falei espanhol e português ela já estava fazendo cara de nojo. Entendi que só falava sérvio e russo. Mas chamou um senhor de gravata que foi cordial. Em inglês me informou que eu só poderia entrar na Sérvia se tivesse um convite formal. Como eu não tinha falei com desdém de que iria para a Bósnia, sugerindo que eles estavam fechando as portas para esta grande indústria sem chaminés que é o turismo. Embarquei no carro, no supermercado gastei minhas últimas kunas (moeda croata), abastecei e fui para a Bósnia. De imediato um grande impacto. Nada das autoestradas e da organização da Eslovênia e da Croácia. Estradas pequenas, edificações pobres e uma prática para a qual tinha sido advertido: muita polícia rodoviária na estrada, sempre multando pelos mais variados motivos. Aquele ambiente hostil não me deixou muito à vontade. Na estrada vi um pequeno cemitério com uma sugestiva homenagem num dos túmulos - sinais dos longos tempos sangrentos - uma escultura de um jovem soldado com sua metralhadora. Nas proximidades de Saravejo ingressei numa bela autoestrada, mas ao entrar na cidade surgiu o primeiro garoto querendo "lavar o vidro do carro". Ao centro da cidade somos conduzidos por uma nova e larga avenida com belos edifícios de vidros espelhados. O centro de Sarajevo - no qual eu tinha muita curiosidade em conhecer o local onde fora deflagrada a primeira guerra mundial - estava congestionado e sem local adequado para estacionar. Lá fui parado pela polícia pela primeira vez na viagem. Resolvi seguir viagem para Montenegro. Parei num McDonald´s e não aceitaram euros. Tive que pagar no cartão de crédito. Pelo GPS vi que a distância não seria longa, mas ao iniciar a viagem entre a Bósnia e Montenegro constatei que a estrada seria problemática e voltei para as proximidades de Sarajevo. Foi a melhor resolução tomada na viagem.

UM LUGAR CHAMADO VUKOVAR

Terça-feira, 25 de setembro de 2012

Deixei Graz na manhã bem cedo de uma linda terça-feira. Não demorou cheguei a fronteira com a Slovenia e comprei a obrigatória vignette ( um selo que tem duração variável e que se cola no vidro dianteiro do carro e permite transitar pelas estradas do país). Minha idéia era viajar até a Sérvia, pernoitando na sua capital Belgrado, que também fora capital da extinta Iugoslavia.De lá iria até Sofia, capital da Bulgária e estudaria uma possível ida a Tessalônica na Grécia. De Slovênia passei a Croácia e percorri suas lindas autoestradas. No meio da tarde cheguei a fronteira entre a Croácia e a Sérvia e fui surpreendido com a necessidade de visto para entrar no país. Teria que voltar a Zagreb, capital da Croácia distante mais de 200 km ou ir a té a pequena Vukovar, 32 km de distância por pequenas estradas secundárias para conseguir o visto no consulado sérvio. Com dificuldade achei o tal consulado que estava fechado. Não teria outra saída: dormir em Vukovar e às 9 horas do dia seguinte, quando abrisse o consulado, solicitar o necessário visto. Em Vukovar me hospedei numa casa que alugava quartos e fui muito bem recebido pela senhora de nome Zara. Lá fiquei sabendo que Vukovar fora violentamente bombardeada durante a guerra. No dia seguinte, antes de ir ao consulado, percorri as ruas de Vukovar em busca das cicatizes da guerra. Já são raras, porque a cidade foi reconstruída, mas destaquei uma antiga caixa-d´água com sinais do bombardeio.


Depois fui numa feira livre onde comprei um par de tenis porque o meu sapato ja dava sinais de cansaço e o sapatenis que eu levara era um tanto pesado para o dia-a-dia. Vukovar fica numa das mais férteis terras da Europa às margens do Rio Danúbio. Por ser a maior via fluvial da Europa, percorrendo vários países, inúmeras cidades e quatro capitais, o Danúbio tem grande importância econômica principalmente para os países do leste europeu. Nunca imaginei dormir num lugar tão distante do meu mundo habitual.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

ÁUSTRIA

Segunda-feira, 24 de setembro de 2012

 
A segunda-feira foi um dia inteiramente dedicado à Áustria. Aproveitei a manhã para passear nas ruelas de Salzburg, totalmente tomada por grupos de turistas. Não faltou uma visita à casa onde nasceu Mozart, o grande gênio da música (foto). Depois foram as autoestradas que nada devem às autobahns alemãs. No final da tarde cheguei a Graz, cidade de porte médio e que ainda não visitara. As cidades austríacas que eu conhecia se resumiam a Viena, Salzburg e Innsbruck. Sem uma identidade definida como as citadas, Graz é simpática, mas um pouco sem sal. Como ja acontecera em Salzburg me hospedei numa rede de albergues chamada Jufa. Não pertence a rede dos Albergues da Juventude, mas tem um formato semelhante. Jantei num McDonald´s, o que não faço em Porto Alegre, mas que se constitui num recurso de viagem. Peço 9 nuggets de frango que, acompanhado das fritas e do refrigerante, faz uma refeiçãozinha que permite enganar o estômago por algum tempo. Fui dormir cedo, pois a expectativa do dia seguinte me deixava ansioso pelo desconhecido que estava por vir.

OKTOBERFEST - Parte 2

Domingo, 23 de setembro de 2012



Mais uma vez aproveitei a manhã de Munique para uma programação alternativa. E a decisão caiu sobre a possibilidade de visitar Dachau, o primeiro campo de concentração criado por Hitler. Antiga fábrica de munições durante a Primeira Guerra Mundial o local estava abandonado até que Hitler resolveu aproveitar o local para isolar os seus inimigos políticos quando subiu ao poder. Depois o local começou a receber as Testemunhas de Jeová, homossexuais, ciganos, estrangeiros que viviam na Alemanha, presos políticos, judeus e até padres. Dachau era um campo de trabalhos forçados e não foi campo de extermínio como tantos outros, mas serviu de modelo para a criação dos demais. Visitei o local com respeitoso silêncio como cabia e como tantos se comportam nesta visita.
No período da tarde lá fui eu para o Parque da Oktoberfest. Diferente do dia anterior, consequi entrar no pavilhão de várias cervejarias. O que acontece lá dentro é de uma alegria imensa e contagiante. O caneco de chopp de 1 litro estava sendo vendido a 9,35 euros - algo como R$ 26,18. Considerando que em 2009 o mesmo caneco era vendido por 8 euros fica a constatação que também lá existe uma inflação ou valorização do produto....
No final da tarde tomei o rumo de Salzburgo, na Áustria, mas perto da fronteira com a Alemanha. Eu terminava minha agenda alemã e ia começar a viagem propriamente dita. O bico do meu carro já estava apontado para a antiga Iugoslávia. Eram os mistérios dos balcâs, da Dalmácia e da Istria que eu queria desvendar. Vamos lá.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

OKTOBERFEST - Parte 1


Sábado, 22 de setembro de 2012


Deixei Donauwörth e peguei a auto-estrada para Munique. Como a abertura da Oktoberfest estava marcada para às 11 horas da manhã resolvi aproveitar as primeiras horas do dia para outras atividades. Caia uma fina chuva sobre a Baviera e por isto me utilizei de uma das minhas "máximas" nas viagens: "choveu, vou no museu". E lá fui eu para o BMW Welt (Mundo BMW). Ja conhecia os museus da Porsche e da Mercedes e mais uma vez me impressionei pelo acervo, organização e quantidade de material disponível para o visitante. No início da tarde parou a chuva e pude gastar muita sola de sapato pelo parque da Oktoberfest. Ele é gigantesco e tem os imensos pavilhões de cada uma das nove grandes cervejarias de Munique. Como era o primeiro dia da Oktoberfest eles estavam lotadésimos e só quem tinha reserva - feita há pelo menos um ano - poderia entrar. Mas caminhar pelo povão, ver o parque de diversões, as barracas com venda de comida, souvenires, camisetas, etc é maravilhoso. Encontrei alguns brasileiros - salientes como sempre - e pude trocar algumas palavras com eles. Também não faltam as "estátuas vivas" e os "músicos peruanos" no lado de fora do parque, mas que vão faturar alguns euros na festança... Foi minha terceira ida à Oktoberfest. Sinal de que gosto muito...
 

RUMO À OKTOBERFEST



                                                    
Sexta-feira, 21 de setembro de 2012

 
Deixei Matzenbach de manhã cedinho e me surpreendi com a baixa temperatura. Aproveitei a calma matutina para fazer algumas fotos do vilarejo que deu origem a nossa família e ir na padaria onde trabalha Sabine - a moça que indiretamente me fez romper as barreiras e me permitiu entrar em contato com "parentes" de lá. Sem pressa resolvi aproveitar para visitar dois museus de automóveis que ficam no trajeto para Munique, o de Speyer e o de Sisheim. São museus tecnológicos, não exclusivamente de carros, onde existem aviões, locomotivas, grandes barcos, caixinhas de música e outros interessantes guardados. Na foto estou ao lado dos chamados "micro-carros", criados na crise do pós-guerra que mais parecem carrinhos de brinquedo.
À tardinha cheguei a Donauwörth, cidade não exatamente próxima de Munique, mas que não tem seus preços inflacionados pela Oktoberfest. Já ficara no albergue desta cidade em 2010 e sua qualidade foi ponto crucial para sua escolha. Por 32,20 Euros ao dia fiz a reserva para duas noites em quarto individual com banheiro e wi-fi. Amanhã é a inauguração da Oktoberfest e tenho que me preparar para "enfrentar" a multidão....