domingo, 31 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 9 - DONA FLOR


Rio de Janeiro; Domingo, 31 de agosto de 2008
Minha temporada carioca chega ao seu final. Porém hoje tive tempo para assistir a última apresentação da adaptação do romance de Jorge Amado, "Dona Flor e Seus Dois Maridos". A peça encerrou sua temporada no Teatro das Artes e agora deverá excursionar pelo Brasil. Além do excelente desempenho do trio Carol Castro, Marcelo Faria e Duda Ribeiro, o desenrolar mantem um ritmo agradável com muita movimentação e muito bom humor. O diretor Pedro Vasconcellos conseguiu sintetizar com precisão todo o espírito do texto, mesmo tendo de enfrentar a inevitável comparação com a adaptação para o cinema, até hoje o filme brasileiro de maior bilheteria, com 12 milhões de espectadores. Desafio também para os atores da peça que certamente também são cotejados com os monstros sagrados José Wilker, Sonia Braga e Mauro Mendonça. E, pode-se afirmar, sem medo de errar, que os tipos criados no teatro estão a altura daqueles do cinema.

sábado, 30 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 8 - UM BESTEIROL

Rio de Janeiro; Sábado, 30 de agosto de 2008.
Hoje foi o espetáculo mais fraco entre todos presenciados aqui no Rio. Atraído pela propaganda de que o mesmo já tinha sido assistido por mais de 300 mil pessoas, lá fui eu para o Teatro Vanucci, no Shopping da Gávea, na expectativa de boas risadas. A "Terapia do Riso" apela para um modelo de espetáculo que ganhou corpo logo depois do fim da censura dos costumes e quando ainda havia limitações para assuntos políticos. Notabilizado pela dupla Miguel Fallabella e Guilherme Karan este tipo de espetáculo foi muito popular nos anos 80, quando o antigo formato do chamado 'Teatro de Revista", passou a ser assistido também pelas famílias. Humor escrachado, imitações de homossexuais e palavrões desnecessários formam o conteúdo do denominado "besteirol", que, como o nome indica, não acrescenta muito além de algumas risadas. Quando o espetáculo é bom. No elenco Carlos Alexandre, Hellen Suque e Israel Linhares que interpretam vários personagens em sucessivos monólogos.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 7 - ENSINA-ME A VIVER

Rio de janeiro, sexta-feira, 29 de agosto de 2008.
Em cartaz na Sala Marília Pera, do Teatro do Leblon, a encenação do clássico do cinema dos anos 70, "Harold & Maude", em português conhecida com"Ensina-me a Viver" foi a opção para esta noite de temporada carioca. A peça, que tem na direção João Falcão, reserva para Arlindo Lopes e Gloria Menezes os papéis-título. O texto original é de Colin Higgins e teve tradução de Millor Fernandes. Ainda em cena a gaúcha Ilana Kaplan que faz o papel da mãe de Harold, Augusto Madeira que desempenha três papéis e Fernanda Freitas, também vivendo três papéis. Arlindo Lopes tem surpreendente e soberba atuação, não ficando nada a dever para a experiente Gloria Menezes. Ilana mantém sua condição de grande comediante e Fernanda Freitas, sempre lembrada como a sósia de Deborah Secco, vive as três pretensas namoradas de Harold. Embora suas personagens sejam um pouco caricatas, Fernanda é outra agradável presença no palco.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 6 - AMERICA


Rio de Janeiro, quinta-feira,28 de agosto de 2008
Hoje foi um dia muito especial. Pela manhã houve uma ação promocional da Corrida do Milhão que será disputada neste final de semana no Rio e tive a oportunidade de participar da exibição que aconteceu no Aterro da Glória, quando 4 dos carros da Stock Car que competirão no domingo desfilaram com convidados especiais. Ao lado de um ator de novelas, uma modelo e um campeão de surf, eu entrei de gaiato como jornalista convidado. Muita emoção com o ronco do V8 nas ruas do Rio. À noite foi a vez de retornar ao VIVO RIO para assistir ao Grupo America. Não lembro de ninguém da minha geração que gostasse tanto do America como eu. Desde 1972, quando lançaram seu primeiro LP, fui adquirindo, ano a ano todos os seus albuns. A foto acima reproduz a capa do primeiro disco, para mim um dos melhores até hoje. Com a sonoridade de seu folk rock o grupo, embora não fosse bem aceito pela crítica, manteve-se entre os campeões de vendagem nos EUA, principalmente entre os amantes do surf. O grupo mantem dois de seus integrantes originais (Gerry Beckley e Dewey Bunnell) além do baterista, que acompanha o grupo desde sua formação. Tem ainda o mesmo solista de guitarra há mais de 30 anos e somente o baixista é, por assim dizer, um novato no grupo. Além de suas músicas inconfundíveis como "I need you" , "A horse with no name" e "Riverside", o America surpreendeu prestando uma homangem a sua banda preferida, os Beatles, interpretando uma de suas canções. Mais tarde foi a vez de lembrar do "The Mamas and The Papas", quando cantaram "California Dream" . Esta foi uma noite em que o America fez a platéia dançar e cantar seus principais êxitos. Relamente um show inesquecível.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 5 - A NOVIÇA REBELDE

Rio de Janeiro, Quarta-feira, 27 de agosto de 2008.
Dentre os espetáculos em cartaz no Rio de Janeiro, proavelmente o de maior repercução seja a montagem do musical "A Noviça Rebelde", um eterno sucesso de bilheteria. Lembro quando era jovem e o filme (que é de 1965) ter batido o recorde de permanência em cartaz em Porto Alegre. Foi exibido no extinto Cine Marrocos, no Menino Deus e todos iam apreciar Julie Andrews cantando e conquistando o coração do Capitão Von Trapp. O filme até hoje tem críticas muito contraditórias. Para alguns trata-se de um romance "água com açúcar", um entretenimento alienado e conservador bem dentro do espírito norte-americano. Vale lembrar que a história se passa na Áustria às vésperas da ocupação nazista. Claro, o vilão já está escolhido. Para outros Robert Wise produziu uma obra prima, com músicas que ficaram eternizadas e são cantadas por várias gerações. A montagem do Teatro Casa Grande tem por trás a dupla Charles Müeller e Claudio Botelho, os mesmos dos Beatles, em cartaz na Sala Fernanda Montenegro, no Leblon. Kiara Sasso interpreta a noviça Maria, enquanto Herson Capri faz o Capitão Von Trapp. Participação de orquestra e grande elenco. O espetáculo nos remete para os grandes musicais da Broadway e tem 165 minutos de duração, dividido em dois atos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 4 - DEBORA BLOCH


Rio de Janeiro, Terça-feira, 26 de agosto de 2008.
Hoje foi o dia de conferir mais um espetáculo. Fui ver "Brincando em Cima Daquilo", união de 4 textos que Debora Bloch, dirigida por Otávio Müller, apresenta sob a foma de monólogo. Os textos são do casal italiano Dario Fo e Franca Rama e já teve apresentação, há cerca de 20 anos, por Marília Pera. Os textos tratam, basicamente, da condição feminina, principalmente em relação ao sexo e da submissão da mesma diante de seus parceiros. Se os textos não chegam a empolgar, o desempenho de Debora é surpreendente. Confesso que, por não acompanhar novelas, não tinha uma noção do potencial da atriz. Debora se revela desinibida, tem forte presença cênica, dança e passa da comicidade para a tragédia com invulgar desenvoltura. Seu aquecimento se dá minutos antes do início do espetáculo quando se posiciona na platéia e brinca com o público que está chegando. Fui ver Debora Bloch no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, mesmo palco em que, há alguns anos, fiquei extasiado por Fernanda Montenegro interpretando "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant" do alemão Rainer Fassbinder.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 3 - 50 ANOS DE BOSSA NOVA

Rio de Janeiro; Segunda-feira, 25 de agosto de 2008
O Rio respira bossa-nova. O cinqüentenário do ritmo que surgiu no Brasil e expandiu-se para o mundo tem sido devidamente comemorado. Domingo, 24, João Gilberto apresentou-se, dizem, civilizadamente no Teatro Municipal. Brincou com a platéia e, pasmem, até fez o público cantar. Na semana passada Caetano e o Rei Roberto fizeram um improvável encontro de bossa-nova. Mas estes dois espetáculos tiveram seus ingressos esgotados assim que se abriram as bilheterias. Nada para um turista acidental como eu. Porém, dentro do clima dos 50 anos da BN, fui assistir ao espetáculo "Bossa no Leblon", no Teatro Café Pequeno e que reuniu dois virtuosos violonistas: Victor Biglione e Marcel Powell. O segundo, filho de quem ? Vc acertou se pensou em Baden... O teatro é pequeno e se constituiu num "talk show" com canções e a presença de um entrevistador que fez as vezes de mestre-de-cerimonia. Muito gostoso, mas na verdade com pouca bossa-nova. Tocaram Cartola, Milton Nascimento, Ernesto Nazareth, Noel Rosa, Gonzaguinha, Ary Barroso e um pouco de BN. Pouco para quem foi atraído pelo título do espetáculo.....

domingo, 24 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 2 - THE BEATLES FOREVER


Rio, domingo, 24 de agosto de 2008.
Hoje organizei meu roteiro cultural para os próximos dias. E, à noite, fui assistir ao espetáculo "Beatles Num Céu de Diamantes'" na Sala Fernanda Montenegro, no Leblon. Foi lá que eu encontrei meu velho e bom amigo Chico Farias que, tambem pelo Rio, se encaminhava para assistir a outro espetáculo, na Sala Tonia Carrero. Entusiasmado pelas boas referências da crítica me deliciei com o belo espetáculo que tem 11 atores/cantores e mais dois músicos no palco. O desenvolvimento constui-se, basicamente, na interpretação de cerca de 50 canções dos "Four Fabulous". Com bela movimentação cênica, num show nos moldes daqueles grandes espetáculos da Broadway os atores nos embalam com os eternos sucessos dos Rapazes de Liverpool. Talvez a única objeção seja um certo grau de dramaticidade nas interpretações o que se contrapõe com a maneira alegre com que os Beatles se apresentavam. Mas o espetáculo termina em altíssimo astral com toda a platéia cantando e deixando o teatro com vontade de querer mais.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

NOITES CARIOCAS 1


Voltar ao Rio de Janeiro sempre me proporciona uma grande emoção. Foi para o Rio que, com a turma de formandos da 4ª Série Ginasial do CE Julio de Castilhos, fizemos uma inesquecível excursão em 1960. Dois anos depois eu voltaria ao Rio com um premio ganho na Rádio Guaíba. Foi meu primeiro vôo, pela extinta Panair. Mas aqui estou novamente, tendo chegado, ontem, dia 21 de agosto. No meu segundo dia fui ao Vivo Rio assistir ao show de Dionne Warwick que dividiu o palco com seu filho David Elliot e com sua neta, Cheyenne. A grande "diva" esteve impecável. Amável, segura, sorridente e nos brindando com seus grandes sucessos. Melodias que sempre ouvimos, dançamos e curtimos. Enfim, a trilha sonora da nossa própria existência. Pena que alguns críticos teimam em chamar estas tournées de caça-niqueis. Dionne continua sendo uma das grandes damas da música internacional. A lotação da casa demonstrou que, apesar dos críticos, seu público continua fiel e reconhece o valor e o talento da cantora americana.