quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ELISA LUCINDA É LINDA !

Algumas vezes fico até constrangido em descobrir algumas coisas por acaso. Foi assim com Amboise, na minha pirmeira viagem à Europa em 1987, que acabei descobrindo puramente por casualidade, quando minhas leituras e meus preparativos para a tão esperada descoberta do Velho Continente deveriam ter me sinalizado que aquela encantadora cidade medieval do Vale do Loire ja deveria estar no meu imperfeito roteiro. Tenho tentado me recuperar deste pecado voltando várias vezes a Amboise... Mas nesta quinta, 5 de novembro, ao me dirigir para os habituais Encontros do Professor, não esperava uma surpresa tão grande. Ao chegar no Studio Clio percebi uma atmosfera diferente. Quase totalmente tomado por mulheres o ambiente era de muita conversa e alvoroço. A entrada da convidada da noite, a poetisa e atriz Elisa Lucinda, foi saudada com uma manifestação digna dos grande astros do rock, dos galãs de Hollywood ou dos bonitões das novelas da Globo. Afinal que mulher seria esta capaz de provocar gritos e suspiros de uma platéia tão feminina e atenta ? Pois esta mulher notável não precisou ser entrevistada. Começou a recitar poemas numa incrível melodia, com ritmo, com as necessárias pausas, com expressivos trejeitos e caretas onde emergia sua interpretação magnífica. Pela mão nos conduziu pelos caminhos difíceis dos poemas, transformando em canção uma linguagem costumeiramente árdua e cheia de espinhos. Elisa Lucinda, este seu nome verdadeiro, não um pseudônimo artístico, é um fenômeno. Capaz de nos emocionar com sua voz rouca e sua simpatia espontânea mereceu os demorados aplausos da dedicada platéia. E eu fico me perguntando: onde andava eu que não sabia desta mulher maravilhosa que já estava aí ? Ainda bem que o Professor Ruy Carlos Ostermann e sua competente produção se encarregaram de corrigir este meu desatino. Tardiamente, por certo, agora também sou fã deste furacão chamado de Elisa Lucinda.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SALÃO DO AUTOMÓVEL DE FRANKFURT

Voltar a Alemanha como tenho feito quase todos os anos e começar pelo Salão do Automóvel de Frankfurt, indiscutivelmente o mais importante do mundo, torna a viagem mais excitante. Aqui todas as tendências do futuro automotivo são apresentadas. Tive a oportunidade de visitar este salão desde 2003, o que me familiariza em relação ao que interessa ver e onde estão os principais lançamentos. Daqui de Frankfurt vou a Oktoberfest de Munique, fazer contato com "parentes" em Steinwenden e Matzenbach e terminar em Nurburgring, onde estão programadas algumas voltas no velho circuito de 22 km, o chamado "Inferno Verde". Se sobrar tempo: um visita a Cracóvia na Polonia, perto de Auschwitz, onde a história do holocausto escreveu uma de suas mais tristes páginas. Prometo postar, sempre que possível.

domingo, 20 de setembro de 2009

UM TEATRO SEM DIVULGAÇÃO

Rio de janeiro, 19 de setembro de 2009 - Centro Cultural Cândido Mendes
Caminhava pela Visconde de Pirajá, retornando ao meu albergue em Copacabana. Na altura da Praça Nossa Senhora da Paz lembrei-me de um pequeno teatro atrás da igreja onde, há muitos anos, assisti a uma peça de Miguel Falabella e Guilherme Karan. Investigativo, procurarei o tal teatro e acabei por encontar o Centro Cultural Cândido Mendes. Estava em cartaz o texto "Über", com os atores Luis Salem e Alcemar Vieira. Li a resenha da peça e minha curiosidade foi despertada. No sábado à noite (19/09) resolvi buscar maiores informações sobre a peça. Nada nos jornais, nada nos sites. Mesmo assim rumei para a Rua Joana Angélica, em Ipanema, para assistir ao espetáculo. Ninguém nas imediações do teatro e nem perto da bilheteria. Após alguns esclarecimentos, confirmei que a peça estava mesmo em cartaz. Depois de alguns instantes surgiu uma nova alma penada. Uma jovem solitária sentou-se na sala de espera. Puxei assunto com ela, perguntando se tinha alguma informação sobre a peça. Disse-me que fora indicada por uma amiga. Conversa vai, conversa vem, surgiram algumas identificações: ela também era gaúcha e estava estudando jornalismo. Sua amiga chegou em seguida, mas nem 20 espectadores adentraram ao teatro. A peça se constituia num "stand up comedy", onde cada ator representava dois papéis. Boas risadas fluiram espontaneamente. Ao final do espetáculo os atores resolveram desabafar, lamentando que a peça não estivesse recebendo nenhuma divulgação pela imprensa. Perguntaram como cada espectador tinha conhecimento da peça. Agradeceram muito a boa vontade dos presentes e pediram que ajudássemos na divulgação. Voltei para meu albergue com a certeza de que conquistei duas novas amigas. Simpáticas e solidárias num sábado à noite.

sábado, 19 de setembro de 2009

THE BLUE MAN GROUP


Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2009, Credicard Hall
Certa vez li uma indicação de viagem a Veneza muito singela: você não pode deixar de conhece-la por um motivo muito simples - é uma cidade única no mundo. Realmente, existem muitas cidades que se intitulam de venezas disto ou venezas daquilo - até por estas bandas chamam Recife de "a Veneza Brasileira" - mas Veneza não se parece com nada. Realmente é uma cidade única. Nem sei bem porque me lembrei da história de Veneza, mas sai do espetáculo do "The Blue Man Group" com a convicção de ter visto um espetáculo único. Extremamente criativo, mescla elementos musicais, sons, mímica, luzes, tecnologia e produz um show alegre, surpreendente e lindo. E mais: estabelece perfeita interação com o público, que se rende a beleza do show e responde de modo participativo e integrado. Foi uma bela oportunidade que tive nesta curta estada no Rio, cujo objetivo maior é a etapa da Stock Car, pois dificilmente um espetáculo desta natureza visita a provinciana Porto Alegre.

O SOM DA MOTOWN


Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2009, Teatro Marilia Pera
Quem curtiu a black music dos anos 60, 70 e 80 deve ter boas lembranças dos extraordinários sucessos da Gravadora Motown. Grupos como The Jackson Five - que revelou Michael Jackson, The Ritchie Family - que nos apresentou Lionel Ritchie, The Supremes, Stevie Wonder e tantos outros que ocupavam os primeiros postos nas paradas de sucesso marcaram um período fértil da música internacional. Pois agora, comemorando os 50 anos da gravadora de Detroit, a dupla Renato Vieira e Claudio Figueira concebeu este agradável espetáculo, onde 50 sucessos são relembrados por 5 cantoras que além de afinadas, tem boa presença cênica e desenvolvem belas coreografias. As roupas, as perucas e todos os trajes remetem para estes anos de boa música e de muita alegria. Lembro que em 1996, quando estive em New York, abundavam os café temáticos. Um deles era justamente o Motown Cafe, onde grupos apresentavam ao vivo os grandes sucessos daquela época. Num balcão, uma estátua em forma de menino espiava os cantores no palco. Era justamente uma reprodução de Michael Jackson, um garoto que se recusava a crescer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

ME DÁ UM DINHEIRO AI ?


Desembarquei na estação Flamengo e tomei o rumo da Rua Marques de Abrantes. Meu objetivo era visitar minha sobrinha Elisa e sua filhinha Patricia, nascida em maio último. Uma moça clara, com o rosto pintado e uma camiseta cheia de tinta onde se conseguia identificar a palavra Direito me abordou: "Me dá uma moeda ? "Não te dou uma, mas tres moedas", sorri depositando o troco do metrô no copo de plástico que ela gentilmente me ofereceu. Perguntei o que faria com o dinheiro. "Entrego aos veteranos que fazem uma festa", disse com certa timidez. Seguimos na mesma direção, eu alguns passos atrás. Constatei que os homens, provavelmente idiotizados pela singela beleza da jovem, eram mais receptivos. As mulheres, mais hostis. Uma chegou ao ponto de afirmar "não aprovo o que estás fazendo !" Um pouco adiante vi que a moça pintada tirava algumas moedas e entregava e uma senhora humilde. Me aproximei. "Ela te pediu troco ?", perguntei. "Não, ela está desempregada e me pediu uma esmola", disse a moça pintada. Fui sarcástico: "serás uma má advogada", sugerindo que seu nobre coração não estaria preparado para um mundo tão cruel. "Quero me especializar em Direito Internacional. Fazer concurso para ser juiza. " Hummm. Pensando bem, com a pureza de seu coração talvez os futuros julgamentos tornem o mundo um pouco melhor....

domingo, 13 de setembro de 2009

NIVALDO ORNELAS EM PORTO ALEGRE

Na quinta-feira, 10 de setembro, o mineiro radicado no Rio, Nivaldo Ornelas, foi o entrevistado dos Encontros do Professor, evento que acontece quinzenalmente no Studio Clio, em Porto Alegre. No dia seguinte, no mesmo local, o saxofonista apresentou-se com trio formado por músicos gaúchos, quando fez correta apresentação para um público que enfrentou as intempéries e a concorrência do último capítulo da novela Caminho das Índias. Passeando entre a bossa nova e o jazz, Nivaldo provou que a boa música instrumental mantem um público fiel e atento. Foram momentos agradáveis de encantamento onde temas conhecidos e algumas novidades se misturaram num ambiente informal e intimista. Nivaldo que fez parte do Clube da Esquina de Miton Nascimento e Lô Borges nos anos 60 e da Academia de Danças de Egberto Gismonti nos anos 70 mostrou-se em ampla forma, dividindo o palco com jovens que não escondiam a satisfação de poder tocar com este verdadeiro mestre de música instrumental brasileira. Felizes os que enfrentaram a chuva e o frio para beber da música envolvente de Nivaldo Ornelas e trio.

sábado, 22 de agosto de 2009

TOCA RAUUUUUUUUUUL !

Puxa. Está fazendo 20 anos que morreu Raul Seixas. Mas não é extamente sobre isto que vou escrever. A grande mídia, com muito mais profundidade, já se encarregou do tema durante a semana. Quero falar da minha vida, o que eu fazia, quando Raulzito morreu. Tomei conhecimento do fato no Aeroporto do Galeão - ainda não se chamava Tom Jobim e os vôos internacionais todos começavam pelo Rio. Eu embarcava para uma inesquecível viagem para a Europa com meu amigo jornalista Elton Jaeger que iria cobrir o Salão do Automóvel de Frankfurt e duas provas de Fórmula 1 na Europa. Fomos a Spa-Francorchamps e a Monza, nos tempos em que Ayrton Senna e Nelson Piquet estavam entre as grandes estrelas do automobilismo mundial. Mas entre as duas corrida havia o espaço de duas semanas, período em que fomos pra a Côte d´Azur e quando eu me apaixonei definitivamente por Saint Tropez. Lá passamos quase dez dias, vivendo uma vida simples entre os milionários do jet set internacional. Frequentávamos as mesmas praias e à noite caminhavamos no porto entre os mais belos iates que eu já vira. Foram dias felizes e alegres. No final da viagem, em Insbruck, me separei de Elton, que foi ao Salão, e retornei a Milão. Tb naqueles dias aconteceram fatos marcantes: o Gremio venceu a primeira Copa do Brasil, um avião brasileiro perdeu-se na Amazonia e o Brasil venceu ao Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1990 com uma simulação do goleiro chileno no Maracanã. No mes seguinte a Playboy estamparia um ensaio com a "fogueteira", a bela que jogara o foguete em direção ao goleiro chileno.... É disto que me lembro. Quando Raul Seixas nos deixou...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

VIVE LA FRANCE !

A comemoração do Dia Nacional da França, o "14 de julho", deu-se em alto estilo por um grupo de portoalegrenses que se reuniram no Restaurant Chez Philippe para degustar o menu especialmente preparado para a data festiva. Como complemento não faltaram os champagnes e a excelente seleção musical do sempre alegre Miltinho Talaveira. O próprio Philippe Remondeau recebia seus convidados ao lado da promoter Pati Leivas. O desert da noite foi tarte citron, idéia malévola para quem luta diariamente contra a balança. Para reforçar o ar romantico da noite, uma insistente chuva caia no jardins da bela mansão da Avenida Independência. Tudo isto num clima de bistro parisiense com predominância do rouge, bleu et blanc.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

ALÉCIO DE ANDRADE EM PRETO & BRANCO

Visitar a exposição de fotografias de Alécio de Andrade (Instituto Moreira Salles, no Bourbon Country, junto ao Unibanco Artplex) é um forma de percorrer as ruas de Paris, revisitar nossas lembranças e inebriar-se com a atmosfera da Cidade Luz. Talvez nenhuma grande metrópole oportunize uma experiencia tão definitiva quanto Paris. Sua arquitetura, suas formas e seus habitantes constituem um mosaico de características típicas e inconfundíveis. A indiscutível técnica fotográfica deste brasileiro que viveu tantos anos na capital francesa e que reproduz em preto e branco sua gente e suas formas é um modo de voltar a esta cidade tão admirada. E é sempre bom retornar a Paris. Embriagar-se com as imagens formadas pelas ruas, as pessoas e os monumentos sempre tão ricos em arte e história Mesmo que seja apenas através de uma exposição fotográfica.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O DIA EM QUE MORREU MICHAEL JACKSON

Na noite do dia 25 de junho fui assistir ao show de Caetano Veloso no Teatro do SESI. A notícia da morte do astro pop Michael Jackson começava a ocupar os noticiosos. Fazia pouco que minha filha Carolina tinha me ligado e perguntado se eu já sabia do acontecido. Confesso que a notícia não me provocou nenhum sentimento intenso. Não desconheço o valor do ex-integrante do Jackson 5, o artista que gravou o disco mais vendido da história, mas que também teve seu nome envolvido em histórias desagradáveis e se desfigurou em sucessivas cirurgias plásticas. Minha idéia era dizer algumas coisas sobre o show de Caetano, mas, como referiu o próprio filho de Dona Canô, a noite de 25 de junho tornou-se uma noite triste. No meio do show resolveu falar sobre o assunto e confessou que falara por telefone com seu filho Tom que chorava muito e que outro filho, o Zeca, pediu que ele cantasse Billy Jean. Sozinho, acompanhado-se ao violão, Caetano Veloso cometeu uma Billy Jean sem muita convicção. Ao final da música enxugou algumas lágrimas. As melhores músicas do show "Tios e Tias" foram alguns sucessos do passado. As músicas do novo álbum ainda precisam de tempo para cair no agrado do público. E Michael Jackson, nesta noite, abandonou a vida na terra para tornar-se uma lenda. Como Elvis, Marilyn, Lennon, Morrison e tantos outros, viverá para sempre....

terça-feira, 23 de junho de 2009

SIMONAL, O FILME

Imperdível. Principalmente para quem tem mais de 50 anos e viveu o período mágico dos grande s musicais da televisão e a época em que a TV Record nos brindava com o que havia de melhor em matéria de programação. A televisão ainda era em preto-e-branco, mas havia um colorido todo especial em nossas vidas. Não vou entrar no mérito de história de Simonal, um excelente cantor, mas que provavelmente abusou da "pilantragem", aliás bem descrita e com excelentes depoimentos, mas o documentário se torna realmente imperdível pela qualidade e quantidade de material histórico que são apresentados. Ainda mais quando se sabe que o grande acervo da TV Record foi levado por um terrível incendio. O filme vale, principlamente, pelas imagens de uma época inesquecível de história recente da música e da vida brasileira. Mas, além das imagens o filme resgata outro documento importante: a voz de Wilson Simonal: intacta, cristalina e cheia de swing. Como seus discos foram retirados de catálogo, Simonal ficara tão somente uma imagem, descolorida e surrada, sem o que ele possuia de melhor: sua voz.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

BUDAPESTE, O FILME

Não li o livro do Chico Buarque. E. perdão pela frase gasta, não li e não gostei. Pelo simples fato de que, segundo tomei conhecimento na época, Chico nunca teria ido à Budapeste. Como alguém se aventura a escrever um livro com o título de uma cidade em que jamais pos os pés ? Visto que já não tinha gostado de Estorvo, o qual abandonei pelas metades, cantarolei "Rosa-dos-Ventos" e continuei com aquilo que Chico fez de melhor: suas músicas dos anos 60 e 70. Mas resolvi ver o filme, atraído pela possibilidade de voltar a caminhar pelas ruas da capital húngara, me debruçar sobre o Danúbio e atravessar suas pontes encantadoras. E fui visceralmente enfeitiçado pelo brilhante filme de Walter Carvalho, com fascinantes tomadas e onde não faltaram as lindas imagens de Budapeste que eu tanto queria percorrer. O filme tem um excelente "timing", roteiro inteligente e desempenhos extremamante convincentes. A história de Chico é, como se poderia supor, muito inteligente e permite especular sobre a verdadeira identidade dos personagens. E mais: a ambientação em Budapeste é aleatória. Talvez a escolha seja em função de sua língua: única e totalmente incompreensível para os padrões brasileiros. Mais do que a cidade, o idioma é de suma importãncia para o roteiro do livro e , consequentemente, do filme.

sábado, 30 de maio de 2009

HOMEM ARANHA 3

A terceira vitória de Helio Castroneves foi bem diferente das demais obtidas pelos pilotos brasileiros nas famosas 500 Milhas de Indianapolis. Mesmo aquela primeira de Emerson em 1989 que teve o sabor de ser a desbravadora e a sua segunda em 1993, quando eu estava lá, e confirmou o talento do piloto brasileiro. As outras duas de Helinho e aquela obtida por Gil de Ferran também não tiveram o mesmo valor do que esta de 2009. Helio Castroneves que coleciona vitórias mas tem menos títulos do que realmente merece, deu a volta por cima. Depois de meses de incerteza, quando enfrentou os tribunais e saiu-se vitorioso, foi para as pistas para demonstrar o grande campeão que é. Confesso que eu mesmo tinha dúvidas de sua absolvição por saber dos rigorismos do fisco e da justiça americana. Helinho venceu a todos: venceu a prova, os 32 adversários na pista, mas acima de tudo venceu a descrença e àqueles que questionavam seu talento e sua capacidade. Parabéns Campeão !

sábado, 2 de maio de 2009

SIMPLY THE BEST


Após 1994 o "primeiro de maio" se tornou um dia difícil. Relembrar a morte de Senna era percorrer um caminho nebuloso. Tinha até um certo sentimento de culpa por ter, antes mesmo da Rede Globo, anunciado a irreversibilidade do estado de Ayrton Senna. Ao lado de Roberto Brauner, meu inseparável companheiro de tantas coberturas automobilísticas, comentava o GP de San Marino, em off tube. Como a batida não tinha sido tão forte, esperávamos, a qualquer momento que o grande campeão mostrasse sinais de recuperação. Foi quando a fatalidade expressou sua brutal intensidade: Ayrton Senna mostrava sinais de descerebração. Porém, com o passar do tempo, fui substituindo a imensa dor por uma conformada cicatriz. Ficou a certeza da grandeza do piloto brasileiro. Ficaram os momentos insquecíveis em tantas pistas do mundo. A lembrança do Hino Nacional em lugares longíquos e a admiração por seu inegável talento. E também uma evidente constatação : quinze anos passam muito ligeiro.